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domingo, 27 de agosto de 2017

BEN & MELISSA - Parte III

Ben pediu que eu ligasse quando acordasse, mas não atendeu, deixei uma mensagem na secretária eletrônica falando que havia perdido a novela na segunda, e disse que faltei a academia de novo, mas que na terça-feira eu iria sem falta. Na quarta eu contei a piada nova que o porteiro fez sobre meus cabelos, e perguntei se ele voltaria para casa ainda naquela semana. Imaginei que ele estivesse em mais uma das viagens. (Ben é piloto de avião). Na sexta liguei e disse que sentia saudade e finalizei a ligação pedindo que ele viesse cuidar de mim, que eu não sabia me cuidar direito, que eu havia cortado o dedo no espelho quebrado do banheiro e que eu esqueci de recolher as roupas do varal, resultado? A chuva fez o favor de lava-las novamente.
Esperei que ele me ligasse no sábado o dia inteiro, depois no domingo, passei duas semanas inteiras ao lado do telefone. Até pensei que algo de muito ruim houvesse acontecido, não achei normal ele me deixar um bilhete na geladeira contando sobre meu cheiro que ficou nele e pedindo para eu me cuidar e ligar quando acordasse se ele não tinha a intenção de me atender. Mas honestamente, nada fazia muito sentido quando o assunto era nós dois. Éramos de mundos totalmente diferentes. Tínhamos planos diferentes.

Ben só queria se divertir, ouvir música boa na boate local quando não estivesse a serviço, viajar para cidades e países diferentes (por isso a escolha da profissão), mulheres para os dias solitários, whisky para todos os dias de folga. Aos 26, ele só queria viver. Não tinha muita ambição, mas tinha muito desejo. E eu? Bem, eu só queria acordar e ter certeza da roupa que ia vestir, mas sempre ficava de pijama porque era mais confortável. Queria entender porque larguei a faculdade de direito se eu não me via fazendo nada além daquilo. Queria passear com meu cachorro nos finais de semana. Queria pizza nas sextas. Eu queria alguém para dividir as pizzas. Aos 24 eu só queria livros, café forte e dias de chuva pra ter motivos reais para não sair com minhas amigas em dias como hoje. Mas tenho que admitir que eu precisava sair, já haviam se passado dias desde a última vez que o vi, e eu precisava aceitar que talvez eu nunca mais o veria novamente. Ben, havia sumido. Assim como o cheiro que ele havia deixado no meu travesseiro, assim como o vinho que havíamos aberto naquele sábado de desejo e que eu fiz questão de tomar na última semana enquanto lia um dos meus livros repetidos, assim como o som da sua risada no outro lado do telefone todas as noites antes de dormir.

Escolhi um vestido simples, usei rímel e calcei um salto médio pois queria estar confortável, peguei minha bolsa joguei dentro dela as chaves da casa, do carro, meus documentos, dinheiro e por precaução um remédio para dor de cabeça, mas resolvi deixar meu celular, eu não me castigaria verificando as chamadas a noite inteira, nesta sexta eu seria só minha e de minhas amigas. Ouvi a buzina que vinha da rua, tranquei a porta e fui ao encontro delas.

O bar estava cheio, muita mulher cheirando 212 para um ambiente só, muito homem tomando vodka com energético. Eu ainda estava tentando entender porque as pessoas gostam desse tipo de ambiente, o som estava tão alto que eu mal conseguia ouvir minhas amigas, mas consegui ouvir uma risada familiar quando o cantor pausou para tomar uma água, uma risada que fez meu corpo inteiro tremer, que arrepiou até os pelos da minha cabeça, que embrulhou meu estômago, quando olhei para trás consegui ver Ben cochichando algo no ouvido de uma mulher, que sorria e esfregava o corpo no dele. Ele visivelmente estava bêbado, mas ainda assim estava lindo. Usava aquela calça jeans clara que eu tanto gostava, uma camisa gola polo que eu havia escolhido com ele da última vez que fomos ao shopping. Não consegui ver os pés , mas com certeza estava com sapatênis preferido dele.

Senti meu rosto inteiro queimar, os olhos começaram a arder e embaçar, como vidro quando chove muito, através dos meus vidros eu já não conseguia ver mais nada, havia muita chuva, muita lágrima, e muito ardor para um par de olhos só. Eu acabava de entender que o amor às vezes pode doer de uma maneira inimaginável. E enquanto eu deixava escorrer sob minhas bochechas toda dor que estava sentindo, só conseguia pensar nas mãos de Ben na cintura daquela loura linda que estava a sua frente, só conseguia vê-los deitados nus em algum lugar no apartamento dele - que por sinal, eu nem conhecia. Só conseguia repetir várias vezes em minha cabeça: Você achou mesmo que aquele cara ia se apaixonar por você? Achou mesmo que iria conseguir consertar aquele taurino lindo de olhos verdes? Que burra!

Foi quando, em um desses devaneios, maquiagem borrada, soluços que ninguém ouvia graças ao barulho da música, lágrimas que não cessavam... Os olhos dele cruzaram os meus. Fitei aqueles olhos verdes água por pelo menos cinco minutos, pude ver ele se desvencilhar dos braços da moça para caminhar até mim, mas antes que ele pudesse me alcançar eu me virei e corri. Sim, corri. Covarde como sou. Com lágrimas que não paravam. Com a merda do coração perdido em algum lugar daquele bar, com ele. E com muita vergonha de ter achado que ele podia me amar, como eu o amava. 

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

BEN & MELISSA - Parte II

Acordei escutando "Into You" da Ariana Grande tocando um pouco alto demais para uma manhã de domingo às dez horas. O som com certeza vinha da cozinha e enquanto eu tentava me orientar e me lembrar do que havia acontecido na noite passada me certifiquei de pegar minha cueca jogada em cima do sofá e coloca-la, coçando o cabelo cheguei a cozinha e pude vê-la dançar vestido a minha camisa de ontem à noite, ela cantava alto e devido à altura da música nem me ouviu chegar. Me acomodei no banco da bancada de mármore da cozinha, de frente pra ela, e comecei a me recordar dos movimentos que havíamos feito a noite inteira, e enquanto ela se balançava freneticamente sentindo as batidas da melodia eu me perdia em pensamentos pecaminosos, todos com ela, todos sobre ontem a noite, e todos me fizeram sorrir como um idiota. 
Aquela mulher linda na minha frente, dançando feito uma louca e cantando sem saber a letra da música, era minha. Toda minha. E como se não fosse suficientemente sexy vê-la dançar assim, ela ainda estava vestida com uma camisa minha, muito tesão para a manhã de um domingo. Tudo que eu queria era desamarrar aquele coque de cabelo dela , senta-la na pia e começar novamente tudo que fizemos ontem. Mas eu sabia que não era a hora de mostrar meu lado sádico e tarado. Ela precisava saber que eu queria mais que sexo, e eu precisava mostrar.
Com um toque desliguei a música que tocava no celular, e pude vê-la virar para mim com o olhar desconcertado e questionador, ela estava linda, em uma das mãos segurava uma espátula e na outra segurava a frigideira, sorriu um sorriso tímido de quem estava envergonhada por ter passado a noite deitada em meu peito, e balançou a cabeça em negativa enquanto dizia: "Quer tomar café? Estou preparando panquecas e tem aquele suco de laranja que você tanto gosta na geladeira.".
Ela não sabia como ficava linda quando tentava impressionar, mesmo quando nós dois sabíamos que ela era péssima cozinheira. Me aproximei lentamente e a puxei pela cintura, tirei a espátula de sua mão e cuidadosamente coloquei a frigideira com a panqueca queimada sob a pia. Com movimentos lentos beijei a ponta do seu nariz, que estava suja de farinha e desci beijos pela bochecha, e pelo pescoço. Senti quando suspirou firme perto do meu ouvido e entrelaçou os dedos no meu cabelo me fazendo olhando pra ela. Ficamos nos encarando por um tempo. Melissa era maravilhosa, eu nunca cansava de ficar admirando, mesmo quando ela ficava tímida e brigava comigo pro encara-la tanto tempo. Depois de longos minutos olhando um para o outro, percebi que ela não iria desistir, ficou mordendo o lábio inferior em tom provocativo e sorria vez ou outra para reafirmar o poder que tinha sob mim. Segurei seu queixo entre o polegar e o indicador e puxei com lentidão para perto da minha boca, beijei com carinho, e com cuidado, senti cada gosto que aqueles lábios já haviam me mostrado em tão pouco tempo. Gosto de amor. Gosto de tesão. Gosto de palavras chulas vindas de alguém tão delicada. Gosto de suco de laranja. Gosto de prazer. Entrelacei meus dedos no coque de maneira que desfiz o penteado e a beijei com mais intensidade.
Ela soltava um gemido e outro entre as carícias que eu fazia, e eu não conseguia parar de pensar no que aquela mulher estava fazendo de mim...
Depois de toca-lá em todas as partes que podia, e deixá-la morta de tesão, me afastei somente o suficiente para olhá-la novamente e disse: "Bom dia".
Ela sorriu, me empurrou de leve e refez o coque de cabelo. Tomamos nosso café ouvindo uma música qualquer do Sam Smith tocar no celular e eu sorria a cada vez que ela contava uma estória diferente sobre sua infância. Melissa era a mulher mais atraente que já havia conhecido, ela conseguia ficar bonita sem maquiagem e com os cabelos desgrenhados, e não se importava com sua aparência.
Passamos o resto daquele domingo deitados no sofá assistindo um filme qualquer que passava na TV a cabo. Não fizemos sexo, ela estava cansada. Só ficamos deitados, eu lavei a louça e tomei um banho depois que finalmente ela adormeceu. Pensei em acorda-la para dizer que estava indo para casa, pois já passava das 18 e eu precisava revisar umas planilhas antes de dormir, ela dormia tão serena e com a respiração tão regular que não quis incomodar, queria ficar mais tempo vendo ela franzir o cenho e as vezes resmungar alguma coisa adormecida. Beijei-a a testa, senti cheiro de camomila dos seus cabelos castanhos claros e senti o cheiro dela na minha camisa. Deixei um bilhete na geladeira para que ela não ficasse brava por eu ter ido sem avisar, e nele escrevi: " Se lembra quando você disse que o encontro só é bom quando deixamos nosso cheiro cravado no outro? Parabéns, você conseguiu! Tem seu cheiro na minha camisa, no meu cabelo e na minha pele. Me liga quando acordar... Te cuida!" 

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Olheiro musical

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Uma dose de uma bebida amarga e a cadeira vazia ao meu lado era tudo o que eu tinha naquela noite. Um restaurante de música ao vivo e um cantor de bar atrasado era tudo o que eu tinha naquela noite. Pessoas em mesas ao meu redor com olhares depositados sobre o cara solitário que ocupava o meu corpo era tudo o que eu tinha até aquela noite.
Então sobre o palco surgiu um homem e um violão.
Este mesmo homem dedilhava o seu violão como se estivesse tocando a pele de uma bela mulher. O som que saia dos seus lábios me deprimia, parecia que ele era o homem mais infeliz da face da terra, e isso era encantador. 
Quando ele fechava os olhos eu podia sentir que ele viajava em suas próprias palavras que empregavam a morte como a melhor coisa que poderia acontecer-lhe naquele momento.
Continuei a beber e pensar do por que eu ainda tentava...
Então chegou o refrão, foi quando ele pegou os meus olhos e os segurou, da mesma forma que um beijo segura uma alma. Todos olhares a minha volta se desfizeram, era como se nada mais existisse, como se eu não existisse.
Um homem com voz de sereia.
Essa voz te leva para o fundo do mar, te afoga em devaneios e depois te leva a superfície, te devolvendo o ar. É a mesma sensação de querer voltar, mas de saber que estará morto se retornar. A voz daquele homem te faz querer reprise o tempo todo, mas é capaz de te cegar.
Eu podia jurar que estava apaixonado, poderia ouvi-lo por dias e dias, ele poderia ser a nova estrela da música, poderia ser quem ele quisesse com aquela voz.
A bebida já nem é tão amarga, não quanto a música pelo menos.
Sua testa parou de franzir-se, seus olhos se abriram, seus pés se aquietaram, ele sorriu e dos seus lábios parou de sair beleza em forma de música. Os olhares viraram aplausos, mas não o meu olhar, o meu volta a sentir o gosto amargo da bebida, o meu paga a conta e sai.
A noite está gélida e quieta. Alguns casais passam pelas ruas de mãos dadas e outros se sentam para um café em uma lanchonete típica.
Eu entro em um restaurante de lustres dourados e decoração quente, me sento no centro do mesmo e peço uma bebida amarga.
Uma dose de uma bebida amarga e a cadeira vazia ao meu lado era tudo o que eu tinha naquela noite. Um restaurante de música ao vivo e uma cantora negra de sorriso convidativo era tudo o que eu tinha naquela noite. Pessoas em mesas ao meu redor com olhares depositados sobre o cara solitário que ocupava o meu corpo era tudo o que eu tinha até aquela noite.
E  mais tarde eu pude jurar que estava apaixonado.

domingo, 6 de agosto de 2017

Ei, moça, não se esqueça que você é flor.

Olha só, a vida tá passando. É isso mesmo… Eu sei que não adianta falar todos aqueles clichês, talvez ele nunca se dê conta do quanto perdeu, essa é a mais dura realidade. Tem coisas, moça, que não são para ser, ou até são, mas em um outro momento, em outra ocasião.
Eu gostaria que você conseguisse enxergar a si mesma com meus olhos, eu vejo muito além do que esses olhos inchados e esse bafo de cerveja depois de um longa noite fingindo estar feliz e chorando sozinha no travesseiro. Mas amor-próprio é algo que se conquista com paciência, muitas noites mal dormidas e muita força de vontade.
Sei que é difícil, sei que tem momentos que a dor é tão grande que invade todo o nosso corpo, e parece que o peito vai explodir, parece que a vida não tem sentido, mas moça, a vida tem a cor que a gente pinta, e convenhamos… Já passou da hora de você tirar esse preto dai. Que tal colocar amarelo? A cor dos cachos do seu cabelo, a cor do sol, a cor da riqueza… E quando me refiro a riqueza, não estou falando de dinheiro, mas sim da riqueza de momentos especiais, da riqueza de pessoas que trás luz e paz para nossa alma, a riqueza que não tem valor, aquela que conquistamos dia após dia, a riqueza de estar com pessoas que vão te ajudar a levantar quando você cair, que vão lutar ao seu lado quando você estiver cansada, a riqueza de pessoas que não vão embora. Gente que permanece na dor e na alegria, gente que valha a pena, que valha a tentativa de seguir em frente. Gente que irradia beleza interior… e se você não gostar de amarelo, tudo bem! Que tal rosa? A cor das duas bochechas quando está tímida. A cor do amor… Só tira esse preto dai, porque ele definitivamente não combina com você.
Levante, se olhe no espelho e se ame. Ame a mulher forte que você é, ame o coração grandioso que você tem, ame e valorize a personalidade forte e verdadeira que exala de você, ame o seu sorriso de menina travessa, ame o seu olhar de mulher fatal, ame o fato de que quando você sorri seus olhos ficam tão pequenos que quase parecem sumir naquela imensidão de bochechas rosadas, ame a sua dor, mas não deixe que ela consuma você.
Moça, não deixe que sua dor se torne você!
Não deixe que ela apague toda essa luz que vem de você. Não deixe que ela seja tudo aquilo que as pessoas conseguem ver. Se orgulhe, de ser alguém nesse mundo de pessoas frias e robóticas, nesse mundo de relacionamentos superficiais, unilaterais e que sobrevivem através de likes, se orgulhe de ser alguém que consegue sentir. Se orgulhe de ser alguém que lamenta, se arrepende, faz bobeira por medo, faz bobeira por coragem, faz bobeira por fazer… se orgulhe por conseguir ouvir seu coração bater, ainda que acelerado, machucado, baqueado, detonado… Mas batendo e batendo. Se orgulhe de mesmo com o coração quebrado você conseguir mostrar e oferecer o melhor que você pode e consegue ser.
Talvez ele não volte. Talvez ele nunca mais volte. Talvez ele simplesmente siga, e você merece seguir também. Você merece alguém que te mereça. Alguém que te faça entender porque tudo deu errado agora, e que te faça agradecer por ter sido assim. Alguém que tenha o prazer de te conquistar todos os dias, sem preguiça, sem monotonia, sem rotina. E que não canse de te lembrar o quanto você é linda ainda que esteja parecendo um filhote de panda. Alguém que ouça suas reclamações e cale sua boca com beijos que te faça perder o fôlego. E que te beije. Que te beije muito. A vida é bem mais leve com beijos de presente. Alguém que te escute, e mesmo que não te entenda tente compreender seu lado. Alguém que só reclame de você quando você estiver longe dos braços e abraços que ele pode oferecer. Alguém que te acolha, que consiga desfazer sua cara amarrada, acabar com sua pose de durona, e que fique... Que fique ao seu lado mesmo quando você não estiver em um dia bom, que fique ao seu lado mesmo quando as coisas ficarem difíceis, que fique ao seu lado mesmo quando você não quiser que ele fique, que fique ao seu lado quando você achar que ninguém está, que fique ao seu lado e te ame mesmo quando você não merecer, e que te ensine que o amor é muito além das migalhas que você estava acostumada a receber. Alguém que talvez você ate já conheça, mas que precise de tempo para aprender que você é uma daquelas pessoas raras que a gente encontra na vida e que por ser tão preciosa merece ser cuidada e amada todos os dias, e quando ele se der conta disso, que ele apareça. Que ele te encontre, te reencontre. Invente, se reinvente. Te ame, reame e se sinta sortudo por estar com você.
Talvez ele demore… e enquanto isso, moça, siga aquele velho conselho: levante a cabeça e ofereça o seu melhor, faça da sua dor raiz e regue com amor que logo ela será flor e eu nem preciso dizer que você não nasceu para ser um mero galho, você nasceu para ser flor e flor é o que você é, mesmo que agora você só consiga enxergar galhos finos e espinhos.
E ah… Antes que eu me esqueça: “E que o verão no seu sorriso nunca acabe!”


terça-feira, 1 de agosto de 2017

Autor Freelancer


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Eu vendo os meus textos mais criativos. Os textos técnicos e todo o meu direito autoral. Eu vendo a minha criatividade e o meu tempo livre. 
Os meus pensamentos vez ou outra entre as minhas melhores ideias sussurram que sentem vergonha de mim. 
Eu recebo por isso, alta produção é alta quantia no meu extrato bancário.
Na verdade, você não estaria errado se por um acaso me dissesse que estou perdendo com isso. Estou dando a única coisa que tenho e que é real para mim. 
Acha que eu me importo com o dinheiro? Acha que me importo com algo que será substituído daqui alguns anos por apenas cartões de plásticos e transições bancárias? Acha que me importo com números? Acha que eu ligo mesmo para essa baboseira? Em que lugar estamos? Fazendinha feliz no orkut?
Tenho certeza que você acha muita coisa, mas não sabe de nada.
É para pessoas como você que eu vendo meus devaneios, para pessoas limitadas que se prendem ao que acham que é real. Nada disso é real, tudo que vê, tudo que toca é apenas objeto de venda.
Então eu não vendo o que amo para possuir o que odeio. 
Eu vendo os meus sonhos, para que com o dinheiro eu compre a minha liberdade.